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Por que a Inglaterra?
por Petrucio Chalegre, Diretor-Presidente

"A Grã-Bretanha está se transformando na quarta maior economia mundial. Ela, assim como os Estados Unidos, cresce sem parar. Há já 11 anos consecutivos o PIB sobe firmemente. O desemprego é quase inexistente, ao contrário do resto da Europa.
Mas no fim da década de 70 era tudo diferente. A Inglaterra estava esmagada por gastos públicos, carregava grandes empresas estatais, que assim como em qualquer lugar do mundo costumam ser exemplos de ineficiência. Tinha um sindicalismo forte que, a poder de campanhas e greves, havia arrancado vantagens em cima de vantagens empregatícias. A situação ficou tão séria que era mais barato mandar imprimir um jornal em Nova Iorque e trazer tudo de avião, que faze-lo em uma instalação inglesa, tais eram os privilégios dos gráficos.

A ilha dava para trás e parecia que a decadência do império inglês penetrara no sangue da metrópole como uma anemia perniciosa incurável. Foi então que surgiu o programa de reformas de Margareth Thatcher, liberalismo em doses cavalares. Enfrentou as greves sem ceder um milímetro e quebrou a espinha do sindicato dos mineiros, todo o sindicalismo delirante foi quebrando como um castelo de cartas. Enfim se percebia que a tentativa de equilíbrio frente ao poder patronal havia se excedido, criando vantagens que envenenavam a competitividade. Privatizou tudo que pode e tirou de cima do estado os encargos que o oneravam.

A liberdade criou as condições para uma era de progresso. De novo as empresas britânicas eram competitivas. Os impostos puderam baixar, hoje o tesouro é superavitário com impostos 9% mais baixos que os da Alemanha. Mais, a poupança privada é espetacular está superando, através dos fundos de pensão particulares, os 900 bilhões de libras a Alemanha só tem 87 bilhões de libras poupados assim.

A grande comparação que deve ser feita é entre os pruridos socialistas da Europa Continental em comparação com o liberalismo inglês. O PIB britânico tem subido invariavelmente mais rápido que o do restante da União Européia. Os privilégios e a proteção do estado levaram os que os praticaram a um desempenho pior. Os ingleses submetidos às agruras do mercado despertaram. Hoje 300 mil franceses vivem na Inglaterra, muitos são ricos e querem aproveitar os impostos mais baixos.

Estas lições que o governo trabalhista sabiamente soube manter indicaram um caminho geral. No Brasil um país de economia fechada, estatizada, e com proteção legal aos privilégios, um governo social democrata (!) começou um programa semelhante seis anos atrás, só agora os frutos começam a aparecer, exatamente como aconteceu em Albion. Resta saber se haverá uma continuidade, se prosseguiremos como os britânicos ou se seremos tímidos como os europeus continentais."

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