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Mundo: economia em expansão
em 2001
por Petrucio
Chalegre, Diretor-Presidente
"Idas
e voltas, protestos, e o mundo econômico segue em frente. O crescimento
geral foi de 4,7% em média em 2000, a projeção para
2001 é de 4,2%. O Brasil acompanhará a média. No
entanto o bloco dos países chamados "em desenvolvimento"
vai bater em 6%, um número espetacular. Os Estados Unidos, com
uma renda per capita de quase 38 mil dólares, deve crescer 3%.
Para se ter idéia, em termos de consumo um americano vale por dez
brasileiros, aliás, um brasileiro vale mais de dois russos, que
não conseguem se organizar e estão recuando em relação
a nós. Chineses, precisa-se de cinco para valer um brasileiro.
Diferenças enormes, alguns, no entanto, vem diminuindo fortemente
à distância que os separa do bloco da frente. É o
que sucede com a maioria dos "em desenvolvimento". E em 2001
a Europa, dada a freada americana, pela primeira vez em nove anos deve-se
aproximar do líder. O liberalismo yanque, sua pouca interferência
relativa nos negócios, tem mostrado sua melhor eficácia
que as tentativas de terceira via, de proteção a setores,
de assistência às custas do estado, leia-se do dinheiro público.
O estado preocupado com o bem público acaba sendo, ilógicamente
na aparência, um freio ao crescimento geral e as condições
que melhorarão realmente as vidas dos que querem proteger.
Todos continuam sabendo que um comércio livre enriquece todos os
participantes. No entanto continuarão lutando por interesses próprios
quando se sentam para negociar. Uma difícil forma de fazer o comércio
avançar, assim a tendência geral é condicionar as
compras às vendas, posição forte para todos que tem
déficit em suas balanças comerciais, em particular os EUA
com seus portentosos 300 bilhões de transferências ao exterior
por ano. Número que brandem a todo o momento para provar que ninguém
é mais aberto que eles. O difícil é convencer disto
quem tem taxas altas de exportação em suco de laranja e
aço como o caso do Brasil. Pelo menos o ano de 2000 é o
primeiro em muitos em que nós seremos superavitários no
comércio com os EUA. Mais um motivo para precisarmos sapatear muito,
os números, antes a favor de nosso protesto, se voltarão
contra nós.
Por último, um grande jogador entra cada vez mais forte no mercado.
A China, com 80% da sua produção privatizada, agora é
membro da Organização Mundial do Comércio. Ela é
hoje mais capitalista que muitos países do leste europeu. Apenas
o seu governo pode ser chamado de comunista, suas empresas estatais estão
demitindo e encolhendo, a renda está subindo rapidamente. Mais
uma parcela importante da população mundial entra pesado
no jogo do capitalismo globalizado, daqui a algumas décadas os
protestos parecerão como os dos que quebravam máquinas no
início da revolução industrial: incompreensíveis."
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