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Globalização, o
que está acontecendo
por Petrucio
Chalegre, Diretor-Presidente
"Estamos
na China, nos últimos seis anos 800 000 000 de pessoas viram sua
renda dobrar. É o maior movimento em toda a história da
humanidade de enriquecimento coletivo, desde que se considere o numero
de pessoas envolvidas e o aumento relativo de renda per capita.
Voemos rápido para os países da África equatorial.
Guerras tribais, corrupção desenfreada, destruição
da infra estrutura que restou do período colonial. Ninguém
quer investir lá, nenhum país vai mandar seus jovens impor
a paz a custa de seu próprio sangue e ainda arriscarem um fracasso
e serem alvo de ódio como sucedeu na Somália.
Mais um pouco e estamos na América Latina, o Brasil atrai investimentos
em grande quantidade, na verdade saltou de perto de um bilhão de
dólares por ano antes de 1994 para 30 bilhões por ano agora.
Outros países da região, como a Colômbia, estão
conturbados e não participam desta evolução global.
Enquanto isto os países da União Européia, os Estados
Unidos, o Japão, com estabilidade política, boa poupança
e avanço tecnológico, disparam ainda mais rapidamente em
direção a uma maior produtividade e conseqüente riqueza.
E os que tem menos medo de nova tecnologia são justamente os com
menos desemprego.
Críticos tontos com os novos acontecimentos clamam que o fosso
entre os ricos e os pobres se amplia, querem fazer crer que a pobreza
aumenta. Não é tão simples assim. O que sucede é
que há uma confusão entre o relativo e o absoluto. Como
os mais bem preparados, tanto individualmente como nacionalmente, aproveitam
melhor as oportunidades, para eles a riqueza se dirige mais velozmente.
A distância se amplia, mas o grupo intermediário está
enriquecendo também, sua velocidade é menor porque seus
investimentos são piores em todos os níveis. Enquanto os
EUA absorvem 180 bilhões de dólares por ano de investimentos
externos o Brasil, em terceiro lugar, leva 30 bilhões. Uganda leva
praticamente nada e esta sim empobrece. Que fazer se o capital quer se
remunerar e vai "explorar" quem lhe dá maior segurança?
A verdade é outra. O mundo, com a globalização, se
dividiu entre diferentes jogadores. Os mais competentes levam os investimentos,
a China , só no nome comunista, mostrou que sabe ser competente
e leva mais investimentos que o Brasil. Os sem condições
de participar da globalização ficam fora do jogo, nem os
que reclamam da sua pobreza crescente se animam a fazer qualquer coisa,
ninguém vai investir em Angola e ver uma guerrilha destruir seu
capital. Os que jogam a partida dos que podem competir tem desempenho
diverso, correm todos para frente, mas em velocidades diferentes. Os melhores
tomam mais distância, mas os outros estão progredindo.
A longo prazo o progresso de todos interessa, pois amplia os mercados,
exemplo dos grandes beneficiários na Europa: Portugal, Grécia,
Espanha. As resistências, protecionismos, egoísmos vários,
são os acidentes de percurso de um movimento que acabará
em um século tomando o planeta, quando não enxergamos isto
é porque o momentâneo embaça os grandes movimentos
da história."
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